Casos de consultório: assuma o seu lugar, diga sim para si mesmo e se realize na vida!

Casos de consultório: assuma o seu lugar, diga sim para si mesmo e se realize na vida!

Esta consultante chegou dizendo que o que a trouxe para a terapia era saber melhor sobre o seu propósito.

Disse que captava muito a energia dos ambientes, que se distraia facilmente e que não tinha objetividade ou foco.

Sentia frustração na vida profissional, não conseguia dizer não e não aceitava ser desafiada.

Também comentou que na sua casa, ela resolvia todos os problemas e que inclusive não conseguia se desapegar dos pais.

Como funciona a primeira consulta (dentro do consultório)?

No vídeo abaixo você vai ver como funciona uma consulta de Terapia Holística. E para quem é terapeuta, terá dicas de como realizar o seu primeiro atendimento.

Lembrando sempre que cada caso é um caso. Por isso sempre indico aos profissionais que tenham pré programado um roteiro de perguntas e que organize os seus atendimentos com dinâmicas, exercícios e práticas que agreguem e atendam as necessidades do cliente.

Geralmente eu costumo iniciar perguntando sobre as principais dificuldades, o que mais incomoda no momento, suas maiores dores e o que o incentivou a buscar pela terapia.

Depois pergunto sobre sua história de vida: relacionamento com os pais, como foi a infância, a adolescência, relacionamento amoroso e fatos marcantes da sua vida.

E aí conforme a conversa vai fluindo, vou perguntando mais detalhes do que julgo ser importante saber. Pois é assim que consigo entender a melhor forma de ajudar essa pessoa que está ali na minha frente.

Sobre a história do caso de hoje

Bem, falando mais sobre a história dessa consultante, ela me disse que a mãe era controladora. Mas que eram amigas e conversavam muito. Já com relação ao pai, não conseguia abraçar e se expressar.

Era a filha mais nova e ainda assim cuidava do irmão. Ambos, tanto o pai como a mãe, tinham perdido oportunidades na vida para não ficarem longe da família.

Comentou também que sempre foi muito mimada e protegida pelos pais.

Quanto aos relacionamentos, casou-se aos 30 anos e o seu marido era órfão de mãe. Se davam bem e eram unidos. Costumava ser mandona e não deixava o coração falar. Achava que os relacionamentos que deram certo, só foram com homens que ela ditava as regras. Além disso, disse que era distante e tinha dificuldade de se entregar no amor.

Análise do caso

Analisando a história e tudo que esta consultante foi relatando, percebi que ela “vivia a vida pelos outros”, ou seja, ela não vivia a sua vida baseado no que ela achava que era o melhor para si e sim fazia o que era melhor para a sua família. Não cuidava de si e não usava os seus dons para viver o que desejava. Por isso se sentia frustrada com a própria vida.

Algo também me chamou a atenção: ela comentava tudo em detalhes, muitos detalhes e sempre projetando tudo “para fora”, como se tudo e todos fossem mais importantes.

Interessante também é analisar que o marido era órfão de mãe, o que a tornava mais “mãe” do que esposa dele.

Sua postura diante da vida era de alguém que tentava ser mãe” de todo mundo. Algo que ela precisava trabalhar para se libertar. Pois esta atitude a fazia se sentir frustrada com os seus resultados. Além disso, ao se manter nessa postura, cada vez mais ia se sentir sobrecarregada e cansada da vida.

Afinal, se carregar todas as responsabilidades que temos na vida já não é simples para nós, imagina quando mantemos um padrão de assumir as responsabilidades de outras pessoas!

Eu digo que assumir o nosso lugar, ter consciência dos nossos propósitos e ficar disponível para viver a própria realidade é muito mais poderoso do que fazer pelos outros. Porque ensinamos muito mais pelo exemplo, do que pelas ações que fizemos para ajudar. Isto porque na maioria das vezes fazemos isso de forma desequilibrada, sem respeitar os nossos limites e até mesmo os limites das outras pessoas.

Dicas de consultório

Bem, uma das questões mais importantes que precisei fazer e trabalhar em consultório com esta pessoa foi a mudança de postura. No sentido de que ela precisava começar a ocupar o seu lugar diante da família. Algo que vamos fazer juntos aqui na mentalização que mostrarei a seguir.

Além disso, foi importante usar práticas e técnicas que tiraram ela do “padrão automático”. Ou seja, aquelas atitudes de querer “ser mãe de todo mundo”, se envolver nos problemas do outros e que ela nem percebia que estavam sendo prejudiciais para ela, e até mesmo para as outras pessoas.

Para isto eu comecei dando tarefas que ajudariam ela a cuidar mais de si mesma. Fizemos uma lista de coisas do dia a dia que ela gostava. E digo que não foi fácil, porque pessoas com este comportamento tem muita dificuldade em olhar para si.

Outra coisa importante é trabalhar as memórias inconscientes que a mantinham com a postura e até mesmo a necessidade de que ela era a pessoa que sabia resolver tudo.

Esses seriam os primeiros passos para que ela então pudesse mudar a sua vida e se sentir mais realizada, principalmente na vida profissional.

Também vou deixar aqui um vídeo que fiz esta semana, onde tem dicas que complementam e ajudariam muito pessoas que estão na mesma realidade que ela.

E então vamos fazer juntos uma mentalização para ter uma postura mais saudável diante da vida.

Feche os seus olhos, respire profundamente. A cada inspiração e a cada expiração vai sentindo os movimentos do corpo.

Receba esse momento, eleve o seu pensamento ao Plano Maior e vá se entregando ao fluxo da vida.

Sinta muita gratidão por estar vivo, por estar aqui e por poder fazer parte de tudo que você já viveu e experimentou na vida.

E neste instante mentalize você e o seu corpo, como se estivesse se vendo no espelho. Olhe nos seus olhos e diga mentalmente:

Eu amo ser você (diga o seu nome)
Eu honro você (diga o seu nome)
Eu agradeço por ser você (diga o seu nome)

E então neste momento de profunda conexão consigo mesmo, vá sentindo gratidão por quem lhe deu a vida. Mentalize os seus pais, mentalize sua mãe do lado esquerdo e o seu pai do lado direito. Sinta este lugar. O lugar onde você precisa estar e ocupar no seu sistema familiar.

E sinta que ao ocupar o seu lugar, você fica cada vez mais disponível para você, para a sua vida, para os seus projetos. E sinta a leveza deste momento.

Agora vire-se para a sua mãe e diga mentalmente para ela: mãe, eu olho para você e eu honro o seu lugar. Sinto muito mãe por querer ser maior do que você! Sinto muito por não permitir que você viva as suas experiências! Eu fiz isso por amor, mas agora eu deixo você ser minha mãe e ocupo o meu lugar de filha.

Vire-se e olhe para o seu pai para fazer o mesmo movimento, dizendo mentalmente para ele: pai, eu olho para você e eu honro o seu lugar. Sinto muito pai por querer ser maior do que você! Sinto muito não permitir que você viva as suas experiências! Eu fiz isso por amor, mas agora eu deixo você ser meu pai e ocupo o meu lugar de filha.

Sinta como é se sentir no seu lugar! Perceba os movimentos internos e permita que uma sensação de leveza e de paz tome conta de você.

Fique vibrando por alguns segundos e aos poucos venha retornando, abrindo os olhos e se sentindo no aqui e no agora!

​Dicas para terapeutas

Após finalizar a mentalização ou a prática que você achar mais conveniente aplicar no momento, sempre o ideal recomendar que o consultante volte.

Neste caso em especial, ela precisaria fazer práticas ou exercícios constantes para trabalhar a energia dos pais, e também mudar a sua visão diante da vida. Pois ela precisava muito fazer este exercício de “se colocar no seu lugar”.

Portanto, ao continuar o tratamento com você, fica mais fácil de acompanhar de perto os movimentos que serão feitos, as transformações e poderá continuar ajudando-a com relação as suas metas para o futuro. Pois se continuar mudando a sua mentalidade, muitas transformações positivas irão ocorrer.